Capítulo 13

Dedicado a Nick Rosa *-* Obrigada pela ajuda!


(Narrado por Ana Júlia)

Dormir foi uma coisa que não consegui fazer, os pensamentos dominaram minha mente,me senti sozinha naquele momento. UM FILHO! Como eu ia lidar com isso? Sou jovem demais, vai ser praticamente uma criança cuidando de outra...

Adormeci em meio aos questionamentos. A manhã chegou mais cedo que o previsto, e lá estava eu acordada e com borboletas no estômago.

- Hoje o dia não vai ser fácil - falei para mim mesma levantando da cama.

Fui ao banheiro,me lavei,coloquei uma roupa confortável e fui pra escola sem comer, pois a fome não vinha, acho que por conta do meu nervosismo.

Cheguei na escola e encontrei Lê e Gabi conversando, eles me olharam,e a cara parecia de pena misturada com angústia por mim. O neném iria tirar todo o meu tempo,teria que viver pra ele e esquecer o meu futuro, mas essa era a consequência por minha falta de precauções. Vi Edu na porta da sala, me abraçou e me disse pra ficar calma, porque ele estava ali. Lógico que me deixou mais nervosa do que já estava, mas procurei ficar quieta, já que no outro dia seria seu aniversário.

-Oi - ouvi aquela voz incomparável me cumprimentar e em seguida me dar um beijo no rosto. - Ta bem? Fico feliz em saber que quer conversar.

Fiquei surpresa com a atitude dele. Aquela voz quase sussurrando no meu ouvido, aquele perfume... Que saudade!! Tive vontade de abraçá-lo e nunca mais soltar. Porém só virei as costas e entrei na sala quando vi a namorada dele vindo em sua direção.

A aula passou rápida demais, parece que quando não queremos o tempo faz questão de correr. A aula acabou e ele me perguntou que horas poderia ir lá pra casa. "As 14:30", falei olhando pra Leandro que fez sinal positivo com a cabeça... Decidi ir pra casa sozinha, apenas acompanhada dos meus fones de ouvido. A música que escolhemos para ser nossa trilha sonora passou a me torturar, me lembrava de cada toque que ele me deu durante aquela noite,e junto com a música,rolavam as lágrimas. Cheguei em casa e comi um macarrão instantâneo, não estava com fome, mas precisava me alimentar para não passar mal. Nem terminei de comer e a campainha tocou: 

- O que você ta fazendo aqui? - disse olhando surpresa.

- Não pude esperar até as 14:30 - ele falou me dando um beijo inesperado, aquele beijo, que eu tanto amava. Porém eu estava tão nervosa que foi cortado no mesmo instante em que se iniciou.

- Senta ai,eu já volto! - disse deixando-o entrar, fechando a porta e correndo pro meu quarto.. Mandei uma mensagem pra Leandro, Edu e Gabi. 

- Achei que seríamos só nós dois - ele falou se levantando do sofá ao ver que seu irmão e sua "cunhada" haviam entrado.

- Lucas,o assunto é sério - eu disse sentando,e ele se sentou do meu lado em seguida.

-O que aconteceu? - ele falou ao ver minha cara de pavor e nervosismo.

- Pra te falar a verdade, não sei nem como começar,nunca tive que dar uma noticia dessas,nunca passei por esse tipo de coisas. - Comecei a chorar.

- Cê ta me assustando Aninha - ele disse passando a mão no meu cabelo. - Me surpreendi com o carinho dele, era a primeira vez que ele me chamava assim.

- Cara,cê tem que saber entender ela, cê tem que encarar uma responsabilidade - Leandro falou encarando Lucas.

- Agora ela vai precisar de você mais do que nunca.

- Hey gente,não é bem assim também, me sinto no dever de contar isso pra ele,mas preciso fazer isso sozinha. - falei enquanto ele me olhava com um grande ponto de interrogação na testa.

Leandro e Gabi nos deixaram a sós. Estava com um turbilhão de sentimentos. Tinha que lidar com o medo, o nervosismo, e ainda a vontade de me jogar nos seus braços. Naquele momento eu tive certeza que o amava!

- Cê ta doente Ju? - ele falou com um ar nervoso e quase sussurrando, parecia com medo da minha resposta. 

-Não, na verdade...Eu não sei como falar isso. - respirei fundo.- Lucas, procurei mil formas de como te contar isso,nada saia,então achei que não existia forma mais clara de te contar do que essa. - entreguei o teste em suas mãos.

- O que? Julia,você, cê ta gravida cara? Cê me chamou pra me contar que tá grávida ? Só pode ser brincadeira!! -ele disse passando as mãos no cabelo, nervoso.

- Lucas, olha eu não sei co agir diante disso, eu não planejei também, mas...

- Fala sério, Ana Júlia!! Eu poderia esperar QUALQUER coisa, menos isso. Eu vim aqui todo feliz, achando que tínhamos alguma chance de volta... Mas não. Você usou a pior coisa que poderia fazer com o coração de uma pessoa... Me chamou aqui pra me contar que tá grávida de outro cara!! Poxa, cê acha que eu não tenho sentimentos? 

Olhei pra ele em sinal de surpresa, e pude ver em seus olhos a decepção.

- Lucas, esse filho é seu! - Disse com todas as forças que pude, olhando nos seus olhos, logo em seguida as lágrimas tomaram conta.

Vi a feição de seu rosto mudar. O que era decepção agora parecia... Raiva?

- Nunca pensei que você pudesse ser tão ridícula a esse ponto. Você grávida de mim? Faça-me o favor! - riu irônico.- A gente só transou uma vez e há mais de dois meses. O que foi? Seu namoradinho não quis assumir? O príncipe virou sapo? Hahahaha É muito fácil você querer empurrar pra mim. Só que eu não sou idiota!! - ele disse, e saiu em seguida batendo a porta...

Meu mundo desabou,como ele pode ter alguma duvida de que o filho era dele? Ele sabe melhor que ninguém que só tive aquela noite,aquela foi minha única vez,como ele pode falar aquilo pra mim,com a maior frieza do mundo?

Comecei a chorar. Por tudo! Pela gravidez, pelo medo, mas principalmente porque o Lucas duvidava de mim... Pensei que ele poderia ter qualquer reação, menos aquela... Meu celular não parava de tocar mas resolvi não atender. Queria ficar sozinha. Queria sumir. Queria morrer! Grávida aos 17 anos e sozinha. Acabei cochilando em meio as lágrimas...

Capítulo 12

Acordei no outro dia e ele já tinha ido, porém deixou um bilhete fofo. Ri daquilo. Liguei pra Gabi que ainda dormia e a convidei pra almoçar. Fui fazer nosso almoço enquanto esperava ela chegar, veio com Leandro e adorei. No outro dia seria o aniversário do Edu, e combinamos uma surpresa. Passamos a tarde montando um vídeo surpresa com nossas fotos e algumas de família que Lê havia conseguido com a “cunhada”. O vídeo havia ficado lindo, e mostraríamos na festinha íntima que ele ia fazer, por ser uma segunda-feira.

Lê foi embora e convidei Gabi pra ir comigo na farmácia. Precisava de um teste e acabar de vez com aquela angústia. Compramos e eu fiz assim que cheguei em casa. Os minutos passaram se arrastando, até que finalmente deu o resultado.

- E aí, Jujuba?

- Deu positivo. – falei ainda em choque.

- Calma Julinha, a gente vai resolver isso...

- Gabi, como? Eu to grávida do meu ex-namorado, que namora outra agora. Imagina como vou falar isso pro meu pai? Pior, como vou dizer isso pro Lucas? – comecei a chorar.

- Julinha, calma. A gente precisa de ajuda. Vou chamar o Leandro e o Eduardo aqui pra gente conversar. Estamos juntos, e vamos achar uma solução...

- Logo agora que tava tudo indo tão bem com o Edu... Mas chama, não to em condições de pensar.

Gabriela ligou e não demorou meia hora eles estavam na minha casa super preocupados querendo saber do que se tratava.

- Gente, é o seguinte... Eu vou ser bem direta e falar bem rápido antes que falte coragem. Eu to grávida! – olhei pra Edu, que estava incrédulo, como quem pedia desculpas.

- Mas... como? Grávida? Não acredito... – Edu falava tentando processar a informação.

- Grávida de quem? Ajuda pra quê? – Leandro perguntava sem parar.

- Grávida do Lucas, claro. Preciso de ajuda gente... Como contar pro meu pai? Como contar pro Lucas? – eu já chorava só em pensar.

- Do Lucas?? – Eduardo e Leandro perguntaram juntos.

- Claro gente! De quem seria? Isso que ta me matando...

- Meu Deus, é mais sério que pensei... – Leandro disse assustado.

- Gente, agora vamos ajudar nossa amiga a resolver isso... Leandro, você vai sondando o Lucas sobre ser pai. Mas não dá bandeira. Ela vai contar pro Lucas primeiro e depois pro tio Glauco, porque a Júlia tem que contar pro pai dela depois que tiver um posicionamento do pai né...

- Júlia, marca com o Lucas amanhã depois da escola. Fala que é um trabalho, assim a Sthe não desconfia de nada. Eu venho junto pra ela acreditar. – Edu falou.

- Ok gente... Muito obrigada! Não sei o que seria de mim sem vocês...

- Nada Julieta, precisando estaremos sempre aqui! – Leandro falou aquilo me dando um abraço.

- Amiga, a gente já vai. Você vai ficar bem?

- Vou sim, Gabi. Fica tranqüila. E obrigada mais uma vez!

Eduardo me abraçou friamente, e não disse nada. Me senti péssima, eu estava adorando ficar com ele, e no outro dia seria seu aniversário...

- Edu, me desculpa... Eu juro que...

- Tá tudo bem, Julia. – ele me interrompeu. Me dei um selinho e saiu.

Mandei uma mensagem pro Lucas chamando-o pra conversar logo após a escola. Não esperei resposta, acabei adormecendo.

{Leandro narrando}

Fui o caminho todo pensando no futuro da Júlia e do meu irmão. Tão novos pra assumir uma criança... Mas eu amo crianças, e quem sabe essa criança vai fazer eles voltarem... Eu sei que o Edu gosta da Julieta, mas todo mundo sabe que Júlia e Lucas se amam!

Quando cheguei, Lucas estava na sala. Vendo desenho, pra variar. Vi ali a oportunidade perfeita.

- Quero ver se quando você for pai cê vai continuar com esse comportamento.

- Claro! Vou ensinar pro meu filho quais são os melhores desenhos e vamos ver juntos. – Lucas falou rindo.

- Lucas... Se você descobrisse que vai ser pai agora, o que você faria?

- Eu assumiria, casaria, ia arrumar um emprego e ia tentar ser um bom pai.

- Ah...

- Por que Leandro? Vai me dizer que sua namorada ta grávida? – perguntou espantado.

- Não, Lucas. Primeiro, a Gabriela não é minha namorada. Segundo, ainda não rolou,e portanto, não vou ser pai.

- Ah sim. Tá na hora de parar de enrolar a garota e trazer ela pra mãe conhecer. Hahaha

- Em breve. Ainda não é nada sério. Vou dormir, boa noite.

- Boaaa.

Pronto. Pude ficar aliviado. Lucas é mais responsável do que pensei.

{Narrado por Lucas}

Olhei a mensagem umas vinte vezes. Era ELA. Depois de tanto tempo sem nem olhar na minha cara direito, o que ela precisava falar de tão urgente? Que saudade dela... Do cheiro, do abraço, do beijo... Tudo que eu vinha tentando esconder de mim mesmo,agora é uma tortura. Como conversar com vontade de beijá-la? Não respondi. Eu iria. Pra saber o que ela queria e ficar um pouco mais próximo. Adormeci em meio a lembranças e saudade dos nossos momentos juntos.

Acordei antes mesmo de o despertador tocar. Queria que a manhã passasse voando.

Capítulo 11

- QUÊ? Como assim doutor, eu... Eu não posso... Não é possível!! – comecei a chorar.

- Por isso sugiro um exame o mais rápido possível. Vou assinar seu prontuário e você pode ir pra casa.

Gabi me abraçou com toda a força do mundo.

- Calma, amiga. Você não ficou com o Edu antes, né?

- Não, Gabi... Só pode ser um pesadelo! Quando começo a reconstruir minha vida, vem essa... Grávida, aos 17 anos, e o pior: do meu ex namorado! – comecei a chorar.

- Não se preocupa ainda, a gente não tem certeza de nada! Vem, vamos embora. O Edu ta super preocupado... Disfarça o choro e corre pro abraço. Aproveita o resto da noite, não fica triste por antecipação.

Resolvi fazer o que Gabi me pediu. Curti muito o Edu depois que deixamos os meninos em casa. Meu pai foi dormir com a namorada e ele se ofereceu pra cuidar de mim. Me deixei ser cuidada por ele. Ele percebeu minha tristeza, mas acho que fosse pelo namoro.

- Olha Ju, ele não te mere..

- Edu, não é com ele que eu to preucupada. – O interrompi. – Na verdade, eu adorei a nossa noite, e to adorando seu carinho. Você é maravilhoso! E não quero que pense que eu to com você pra esquecer ele. Pelo contrário. Eu estou com você porque eu quero, você vem me tratando com um carinho enorme, além de ser lindo. Se a gente ta aqui agora, é porque você realmente me deixou afim de você. Eu jamais usaria alguém como tapa buracos. Gostei do seu beijo, e de como tudo aconteceu. Sem pressa. Se eu escolhesse alguém pra namorar, seria você.

- Isso é um pedido de namoro meio atrapalhado? Hahaha Brincadeira. Olha, eu sei que seu sofrimento tem culpa minha. Me aproximei de você pra tentar me redimir, mas foi impossível resistir... Seu jeito doce, além da sua beleza, realmente despertaram em mim algo que não sei explicar. Só sei que sinto vontade de estar contigo toda hora, te proteger, sentir seu cheiro, seu abraço... E eu não queria isso, porque ainda me sinto culpado. Lucas nem olha mais na minha cara e com razão.

- Esquece o Lucas. Tudo aconteceu porque tinha que acontecer... Pensa pelo lado bom: se não tivesse acontecido tudo isso, a gente nem tinha se aproximado. Porque eu te achava metido e galinha. – ri descontroladamente. Incrível o poder que ele tinha de me fazer bem.

- Ah é? Eu sempre te achei estranha, mas linda. Eu já tinha te visto sem óculos quando você tirava pra limpar. Eu só tinha medo de você. Por isso a aposta... Pra te conhecer um pouco. Foi o jeito mais estúpido de fazer isso, mas eu era um completo idiota. E por sua causa eu mudei. – e ele deu um sorriso lindo, que foi impossível resistir.

Beijei ele pausadamente. Queria sentir cada segundo aquele beijo maravilhoso. Depois que paramos com o beijo, fiz um lanche leve pra gente e acabamos adormecendo.

Capítulo 10

{Narrado por Lucas}

Eu fui realmente um idiota... Depois de todos os momentos maravilhosos que a gente viveu, por que eu não contei a verdade? Ligo e ela não atende, e o pai dela me disse que ela viajou.

...

Já faz alguns dias que a Jú só me ignora... Conheci uma garota na casa do Edu, bastante linda. É bem fútil mas to carente e é o que temos pra hoje pra esquecer a Ana Júlia. Vou com a Sthefany e uns amigos pra inauguração de uma balada hoje. Tô precisando me divertir um pouco, já que nem na minha própria casa recebi apoio. Leandro fez o favor de contar pros meus pais o que eu tinha feito, e eles adoram a Júlia. Ou seja, ta um climão lá em casa, já briguei com todo mundo.

No caminho da balada, os caras começaram a comentar a foto de uma menina da escola com uma garota parecida com a Ju. Achei parecida, mas eu tinha certeza que não era ela.

Chegamos e tava Patrocínio inteira lá. Até o Leandro. A festa tava boa, e eu estava curtindo ficar com a Sthefany, ela me parecia bem “experiente” e isso me faria esticar a noite.

Estava tudo indo bem, até as duas garotas da foto subirem no camarote. Sim, era ela! Júlia! Eu pisquei várias vezes pra ver se era ela mesma. Ela me encarou e pelo olhar eu tive certeza. Olhou pra mim e pra Sthefany, droga! Ela viu que to com outra... Agora já era. Baixei a cabeça envergonhado e arrependido. Como ela tava linda! Edu não perdeu tempo e já chegou junto. Morri de ciúmes! Fiquei olhando aquilo até a Sthefany me chamar pra dançar. Movido pelo ciúme, comecei a agarrar a Sthefany com mais desejo ainda. Não podia negar o quão gata ela era. Até que vi Edu saindo com a Ju e não agüentei. Inventei uma desculpa e saí com Leandro, fui em direção a casa dela. De longe vi os dois abraçados e passei direto.

- Que merda! A Júlia não vale nada! Já ta com outro!! Pensei que ela fosse diferente! – falei com muita raiva.

- Ela tem mais é que viver a vida dela mesmo! Você foi um babaca, já ta com outra faz 3 dias e ela não pode? Só você tem o direito de curtir? Ela tem que ficar em casa chorando? Além do mais ela ta maior gata! Tem que aproveitar mesmo e melhorar a autoestima. – Leandro falou e me deu vontade de matá-lo. Pior que ele tinha razão...

- Cala a boca Leandro! – Falei vencido.

{Dois meses depois}

Júlia e Edu estavam cada vez mais próximos. Todo mundo sabe que eles tão juntos. Deixei de falar com os dois. Continuava com a Sthefany, já tava ficando sério. Minha mãe não gostava dela, mas não to nem aí.

Leandro estava distante de mim e próximo da Júlia. Acho que ele ta afim da amiga deles. Mas ele não me conta mais nada desde que eu comecei a trazer a Sthe pra casa.

Hoje tem um rodeio na cidade vizinha, show de Chitãozinho e Xororó e Bruno e Marrone. O Edu conseguiu camarote e a Sthe quer que a gente vá, queria muito ir nesse show, mas com a Júlia... A saudade idiota tava apertando e eu queria vê-la, ainda que com outro. Sthe tava me pressionando pra namorar, mas eu não queria... No fundo ainda tinha esperança de voltar com ela.

Chegamos no show e Sthe ligou pro Eduardo trazer nossas pulseiras. Subimos lá e ela estava linda! Impressionante como cada vez que eu a via ela tava mais bonita! Ela curtia o show, parecia que o show era só pra ela. Mal sabia ela que pra mim, ela era o show. Eu não conseguia parar de olhar pra ela. Parecia que ela já tinha superado tudo, nem me deu bola. Leandro finalmente tomou coragem e ficou com a Gabriela, fiquei feliz por ele.

Procurei por Júlia e ela estava com um sorriso malicioso e próxima demais do Eduardo... Até que eles se beijaram. E eu vi tudo! Eu achava que eles estavam juntos, mas ter certeza é pior. Aquela sensação ruim percorreu cada parte do meu corpo. Ainda agüentei a Sthe dizendo que eles ficavam lindos juntos. Ela não sabia da história, preferimos assim. E não, eles não tinham nada a ver! Ela só combina comigo... E agora outro beijo... Ah não cara, não to mais agüentando!! Beijei a Sthe, desejando que fosse a Júlia. Mas não era... Resolvi provocar a Júlia, que parecia nem se importar com minha presença. Pedi a Sthe em namoro. Eu não queria, mas não podia deixar isso barato. Chamei o Leandro e disse pra ele, eu sabia que ele iria contar pra Júlia. E assim eu vi ele fazendo. Ela ficou séria. Começou a tocar “evidências”, nos encaramos sem nos importar com nada nem ninguém. E parecia que conversávamos através da música. Não calculei o tempo, mas quando vi, Júlia havia desmaiado.

Em um impulso, peguei ela no colo e saí correndo, não pensei em nada. Só precisava de um médico. Logo atrás vinham Eduardo, Gabriela, Leandro e Sthe. Só parei pra pensar no que havia feito quando deixei ela desacordada em cima da maca, havia um consultório pra emergências no show. Olhei pros 3 como quem pedia desculpas e me afastei com Sthe. Eu tava muito preocupado, mas saí dali o mais rápido que pude. Depois que deixei Sthe em casa, comecei a ligar desesperadamente pro Leandro.

- Oi, Lucas.

- Leandro, me fala, ta tudo bem com ela?

- Tá sim. Ela desmaiou devido ao calor. Deve ter comido pouco...

- E vocês já estão vindo pra casa? Ela ta melhor? Já foi medicada?

- Já estamos indo. Ela ta melhor sim, tomou soro. E da próxima vez pode dar um pouco mais de mole pra ela, ta? Porque não deu pra Sthefany perceber. – ironizou.

- Eu não sei o que me deu, cara. Não pensei em nada na hora... Mas enfim, não fala nada pra ela, e pede desculpas aí.Qualquer coisa me liga, quero notícias.

- Eu sei o que te deu. Mas ok, qualquer coisa aviso. Falou.

Não dormi enquanto Leandro não chegou me dando boas notícias. Ele ainda soltou piadinhas, mas não me importei.

{Narrado por Ana Júlia}

Acordei com um soro no braço e os três cabeçudos me olhando. Eu estava dentro de um mini consultório e só aí percebi o que tinha acontecido. Olhei em volta procurando o Lucas, já que eu sentia o cheiro dele em mim. Gabi pediu pros meninos nos deixarem a sós.

- Ele já foi.

- Do que CE ta falando, Gabi?

- Você sabe de quem. Mas olha, ta sentindo alguma coisa?

- Tô. Sentindo saudade e raiva do Lucas...

- Para que ele não te merece. Além do mais, o Edu ta aí todo preocupado e cheio de amor pra dar. – riu

- Verdade. Ele vem sendo incrível e hoje foi o ponto alto! Ganhou 1000 pontos comigo hoje, manda muito! – falei empolgada.

O médico veio até onde eu estava:

- Oi moça, ta melhor?

- Tô sim doutor, o que houve comigo?

- Você teve uma queda de pressão. Tem se alimentado direito?

- Tenho sim. Não sei o que deu em mim, nunca tive nada parecido.

- Tem certeza? Como anda sua menstruação?

- Graças a Deus faz uns 2 meses que não vem, e nem to sentindo falta dela. – ri

- Júlia, talvez isso não seja tão bom... Sugiro que faça um exame, você pode estar grávida.

Capítulo 9

Então nos despedimos e entrei em casa. Meu pai já deveria estar dormindo, então fiz um lanche, tomei um banho e deitei, ainda sem sono... Fiquei olhando de novo a nossa foto...

Eu não conseguia esquecê-lo, nem por um segundo sequer. Nem mesmo vendo ele com outra... Não dava. Era mais forte que tudo! E então chorei, muito. Lembrei de cada detalhe dele com aquela garota... Senti raiva, nojo, tristeza, mas principalmente ciúmes... Ele não poderia ter feito isso! Prometi a mim mesma que não iria mais derramar uma lágrima por ele.

~2 meses depois~

Lucas estava ficando sério com a garota da balada. Ela se chama Sthefane, é prima do Edu. Os pais se mudaram pro Norte a trabalho e ela ficou morando aqui... Tá estudando na mesma escola que a gente e eu tenho que aturar... Ela faz o 2º ano, ainda bem. Tenho ficado mais próxima do meu pai e da namorada dele também, finalmente ele estava namorando a sua secretária. Helena, eu a adorava. Era visível o sentimento deles! Vejo nela a mãe que eu perdi muito cedo, e ela me vê como a filha que não teve.

Gabi, Edu e Leandro têm me feito feliz e tô reaprendendo o que é ter amigos e vida social. Todo fim de semana saímos pra balada, cinemas, churrasco... Enfim. Hoje iríamos os quatro pra um rodeio na cidade vizinha. Edu vinha tentando ficar comigo desde aquele dia, porém eu estava resistindo... Edu ta me fazendo bem e tem horas que até esqueço do Lucas, que não fala mais com ele, e muito menos comigo, pois ele e todo mundo achava que estávamos juntos, mas eu ainda não queria. Eu tava muito afim, ele é super carinhoso, mas tenho medo de me envolver novamente. Mas aprendi a confiar nele, e aos poucos venho me pegando pensando nele.

Gabi dormiria na minha casa pra variar. Veio comigo da escola, fomos ao shopping e compramos roupas pra hoje.

Nos arrumamos e esperamos Eduardo e Leandro passarem em casa.

Ao chegarmos no show, fomos pro camarote e ficamos curtindo a festa enquanto o show principal não começava. Era show de Chitãozinho e Xororó e Bruno e Marrone. Lucas amava e eu sabia que ele ia com a Sthefany, provavelmente no mesmo camarote. Mas nem me importei. Fui decidida a ficar com o Edu, Lucas estando ou não.

O show começou, Bruno e Marrone estavam cantando minhas músicas favoritas. Edu atendeu um telefonema e saiu por alguns minutos. Quando voltou, veio trazendo o “casal”. Me olhou como quem pedia desculpas mas eu fingi que nem liguei. Estava realmente disposta a ficar com ele e parar de sofrer por quem não merece.

Chitãozinho e Xororó começaram o show e eu estava amando... Porém vi o casal se beijando e trocando carinhos e aquilo me doía tanto! Eu que deveria estar ali! Estava com tanta raiva que senti uma tontura, mas logo passou. Leandro e Gabi estavam ficando, então eu e Edu ficamos cada vez mais grudados, dançamos juntos.

Joguei umas indiretas mas ele não percebeu... Até que eu fui mais direta:

- Edu, justo hoje você não vai me cantar?- sorri envergonhada.

- Ué, como assim? – perguntou sem entender.

- Simples: saí de casa disposta a ficar com você! – falei tudo de uma vez, e não sabia onde enfiava minha cara.

- Ah é? Então vem cá, deixa eu fazer o que eu já to querendo há muito tempo... Te dar carinho e cuidar de você!

Então finalmente ele me beijou. Eu não tinha ficado com ninguém depois do Lucas, e confesso que o beijo foi muuuuuuuuuito melhor do que eu esperava. Não sei porque demorei tanto pra provar! Edu tinha muita pegada, mas ao mesmo tempo era muito carinhoso. Encerramos o beijo, eu pude sentir seus lábios sorrindo.

- Julinha, se eu soubesse que seu beijo era tão bom assim, tinha roubado! – sorriu lindamente, um sorriso satisfeito e ao mesmo tempo safado.

- E se eu soubesse disso, não teria demorado tanto!

Nos beijamos por mais alguns minutos, até que Edu resolveu ir comprar bebida. Gabi veio me perguntar tudo o que podia, e Leandro foi onde estava o irmão. Voltou uns 5 minutos depois, dizendo que Lucas tinha acabado de pedir a garota em namoro. Perdi o meu chão. Começou a tocar “Evidências”, olhei pra ele, ele também me olhava e então nos encaramos por alguns segundos, até a Sthefany começar a agarrá-lo. Senti novamente uma tontura e então não vi mais nada.

Capítulo 8

Muitas pessoas da escola, já que a nossa era uma das melhores. As pessoas comentavam, fizeram cara de surpresa, mas eu nem liguei. Meu pai tinha conseguido entrada VIP pra gente, então subimos pro camarote. Ao chegarmos lá, a primeira cara que vimos foi a do Eduardo e seus amiguinhos. Ele virou a cabeça quase igual a menina do filme exorcista, me olhou dos pés a cabeça, sorriu e veio em minha direção:

- Cara, não é que o Lucão tinha razão mesmo? Tá gata pra caralho! Onde cê escondia tudo isso, Ana Júlia? – perguntou me fazendo dar uma ‘voltinha’ e com um sorriso malicioso.

- Não fala no nome desse idiota!

- Desculpa – levantou as mãos em sinal de rendição. – Realmente, acho que a gente tem coisa melhor pra falar... – e me deu um abraço, cheirando meu pescoço.

- Jujuba, vamo dar uma volta porque a gente acabou de chegar e eu to com sede! – Gabi salvou minha pátria me puxando dali. Eduardo continuou olhando com malícia.

Fomos até o bar buscar alguns drinks, demos uma volta na pista (onde eu passava todos me olhavam surpresos) e encontramos alguns amigos da Gabi, que eram conhecidos da escola. Eles eram muito divertidos e ficamos dançando um pouco, conversando apesar da música alta, e eu fiquei me perguntando o porquê de ter deixado de viver tanta coisa na minha vida. O show principal ia começar, então subimos pro camarote pra ver melhor o show da dupla sertaneja. Na hora que cheguei tomei um susto. Ele tava lá, liiiiiiiiiiiiiiiiiiiindo com a turminha do Edu, tinham umas meninas e quase caí quando vi que ele tava de mãos dadas com uma garota... Gabi percebeu e foi me puxando pra grade, pra que ele não me visse... Mas foi em vão. Ele viu e automaticamente soltou a mão da garota. Piscou um milhão de vezes como se quisesse ter certeza era eu. Cruzei meu olhar com o dele, olhei pra ele e pra garota. Ele baixou a cabeça como se tivesse entendido o recado. Me virei pro palco mas não conseguia prestar atenção. Até que começou uma música mais animada, e senti alguém me tocar, me fazendo virar pra trás...

Era Eduardo. Tava com um sorriso malicioso e irresistivelmente lindo. Pegou minha mão e deu uma piscadinha, me convidando pra dançar. Percebi que Lucas me encarava com raiva. Resolvi dançar com o Eduardo, se ele já tava com outra, por que não me divertir? Ele não merecia nenhuma lágrima que eu derramasse. Além de ter sido um idiota, ele provou que realmente não gostava de mim.

Continuei dançando com Eduardo e engatamos um papo bem legal, quebrando toda a imagem que eu tinha dele de ser um babaca. Tava tudo indo maravilhosamente bem, até eu ver Lucas beijando e quase comendo a tal garota ali mesmo. Meus olhos encheram de lágrimas, mas eu não podia chorar. Eduardo percebeu e virou pra trás, pra ver o que era.

- Vem, eu te levo pra casa. Não vou deixar você chorar aqui.

Me surpreendi com a atitude dele, e deixei ele me levar sem questionar. Fiz gesto pra Gabi, e ela entendeu. Ela tava com um dos amigos dela, e acho que tava rolando algo a mais.

Fui o caminho inteiro chorando silenciosamente, Eduardo me olhava, mas não dizia uma palavra. E eu preferi assim.

Assim que ele parou o carro na porta da minha casa, ele desceu e abriu a porta pra mim. Mais uma vez fiquei surpresa com seu gesto. Ele me abraçou, pediu pra que eu não ficasse assim. Pediu desculpas pela aposta, disse que tinha sido um idiota e que a culpa era dele. E disse que o Lucas realmente gostava de mim, mas a culpa de tudo era dele, que era um babaca, que nunca tinha percebido o que poderia causar. Um carro passou por nós e eu poderia jurar que tinha visto Leandro olhando pra gente, com alguém que não consegui identificar. Mas não dei muita importância...

E aí amores, gostaram? Hoje a noite posto mais dois. Desculpem a demora, mas vida de professora é aquela correria! Rs Beeeeijos :*

Capítulo 7

Então Leandro foi embora. Fui pro meu quarto e me permiti chorar... Chorei muito até que dormi. Sonhei que estava caindo em buraco escuro e sem chão... Acordei desesperada com a campainha tocando.

Me certifiquei que tudo tinha sido verdade... Outra lágrima quis cair mas eu não deixei. Fui ver quem era e abri a porta:

- Gabriela? – disse espantada. Gabriela era minha melhor amiga de infância, mas com meu jeito fechado eu me afastei de todos, inclusive dela. Ela sempre tentou se aproximar e eu não deixava. O máximo que fazíamos era estudar pra algumas provas. Ela sempre me convidava pros seus aniversário e eu nunca ia.

- Oi Júlia... – disse desconfiada e meio sem jeito.

- Oi Gabi... – disse dando passagem pra ela entrar.

-Julia, é o seguinte: não vou deixar você ficar desse jeito. Eu sei que o seu jeito nos distanciou, eu tentava me aproximar de longe e você nunca deixou. Mas agora que você precisa de uma amiga, eu não vou te deixar sozinha. E não adianta querer relutar, porque eu sei que você precisa de mim. E nada que você fizer ou disser, vai me fazer te deixar entregue a tristeza. – ela falou de uma vez sem meio termo.

- Gabi, eu agradeço. E dessa vez, eu não tenho nem forças pra recusar... Eu fui uma idiota me afastando de você... Eu nem mereço a sua amizade... Sou uma pessoa horrível! – disse já caindo em lágrimas de novo.

- Jujuba, vem aqui... – me abraçou. – Olha, eu sei o quanto ta doendo... Eu nunca deixei de ser sua amiga, e não vai ser agora que isso vai acontecer. Mesmo que você não quisesse, eu sempre tava por perto. Nós duas erramos em nos afastar. Mas agora estamos aqui, vamos esquecer tudo isso e eu já tenho uma solução pra amenizar tudo isso.

- Já? – perguntei espantada. – Mas como?

- Vai tomar um banho, quero te levar pra um lugar. Vamo AGORA!

Tentei relutar, mas foi em vão. Fiz o que ela pediu, fomos ao shopping, fizemos compras de roupas modernas pra mim, e ela me levou no salão pra mudar o visual, colocar lentes de contato, maquiagem, unhas... E não me deixou ver nada no espelho, só depois de pronta. Fiquei surpresa com o que eu vi!

Tava mais loira, agora sem óculos, bem maquiada e com uma roupa linda... Nem acreditei que era eu!

- Gabi, fizeram uma plástica em mim? – perguntei surpresa.

- Não Ju. Apenas te fiz enxergar o quanto você é linda, sempre foi. Só se escondia atrás da sua falta de vaidade.

Fizemos mais compras, renovei meu guarda-roupa. Gabi me dava dicas de como me vestir. Passamos a tarde com dicas de como me maquiar, me arrumar, enfim. Gabi disse pra eu criar uma rede social, pra mostrar pro Lucas que ele era um idiota, assim eu fiz... Muitas pessoas achavam que eu tinha pego fotos fake, enfim... Não liguei. Gabi disse que iríamos a inauguração de uma balada nova no fim de semana, pra mostrar pra galera o quão linda eu era, e fazer o Lucas se arrepender, já que eu disse que não queria voltar pra escola ainda. Conversei com meu pai, e passei a semana na casa da minha avó, disse que estava com muitas saudades e não queria esperar as férias... Ele deixou, eu não podia contar o motivo. Fui na terça e voltei na sexta pela manhã, já que a noite seria a tal inauguração. Falava com Gabi umas 20 vezes por dia, e em menos de uma semana, todos os anos distantes tinham desaparecido.

Gabi passou a tarde na minha casa, vimos filme, comemos besteira. Meu pai ficou feliz quando eu disse que íamos sair a noite. Enquanto todos os pais do mundo torcem pras suas filhas não saírem, o meu fica feliz! Hahaha Então deu a hora, nos arrumamos e postamos foto nas redes sociais.

Pela primeira vez na vida eu tava me sentindo bonita. Choviam comentários que não era eu, e que iriam só pra comprovar. Alguns idiotas da escola ainda me zoavam, mas minha auto estima tava muito alta pra eu me importar. Então fomos a tal balada. A noite tava só começando, e eu não fazia ideia do que viria...

Capítulo 6

Eu só podia tá ouvindo coisa. Eu ouvi aposta? Eduardo continuou:

- Gente, Lucas é corajoso mesmo, viu! Hahahaha Vamos comemorar hoje a noite naquela balada nova! Por minha conta! Hahahahaha Te vejo lá, Lucas!

Então era verdade mesmo? Lucas me olhava com cara de pena, os olhos cheios d’agua. Ele não podia ter feito isso comigo! Podia? Leandro chegou perto, e eu não conseguia mais enxergar nada. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, e eu não podia deixá-las cair. Não na frente de todo mundo. Eu não tinha reação, aquilo parecia um pesadelo...

- Ju, escuta... Lembra do que eu te disse de manhã? Olha eu... eu...

- Não fala mais uma palavra, Lucas. Eu não quero ouvir nada. NADA!

- Ju, eu nem sei o que dizer, eu juro que...

- Não chega perto, não encosta em mim! Não jura nada, porque eu não acredito em uma palavra...

Virei as costas e saí. Eu não agüentei mais... Minhas lágrimas finalmente rolaram... Só consegui ouvir Leandro dizendo pro Lucas ficar lá, que ele vinha atrás de mim. Ele conseguiu me alcançar, caminhava ao meu lado sem dizer uma palavra. Ao chegar na porta da minha casa, dei espaço pra ele entrar e fechei a porta. Aí sim, desabei. Ele me abraçou sem dizer nada. Ficamos abraçados um bom tempo. Até eu ficar mais calma.

- Você também sabia disso, Lê? – perguntei ainda soluçando um pouco.

- Ele me disse ontem a noite, quando cheguei da chácara. Me falou que tinha te pedido em namoro, que vocês tiveram um fim de semana incrível, e que estava apaixonado. E me contou que se aproximou por causa da aposta, mas que acabou se envolvendo de verdade... Eu disse pra ele te contar hoje de manhã, antes de você descobrir... Mas pelo visto o idiota não teve coragem!

- Ele tava estranho mesmo. Mas eu nunca vou perdoá-lo por essa humilhação!! Ele devia ter me contado... Eu perdoaria ele. Mas não, preferiu me deixar ser ridicularizada na frente de toda a escola... E você ainda acha que ele gosta de mim? Me poupe, Lê. Eu sei que ele é o seu irmão, mas... Se ele gosta de mim, por que não disse isso na frente de todo mundo? – voltei a chorar desesperadamente. Agora sim a ficha tinha caído. Não foi pesadelo, infelizmente.

- Eu sei que ele é meu irmão. Mas cara, ele foi um idiota! Cê não merecia isso... A gente gosta tanto de você... Minha mãe comentava que você era a nora que ela queria. Mas o burro estragou tudo!!

- Deixa pra lá. Eu que fui burra de achar que um dia algum garoto se interessaria realmente por mim! A “nerd estranha”, anti-social, sem amigos, sem vaidade, sem graça. Quem seria o louco? Desculpa Le, mas quero ficar sozinha agora...

- Tudo bem Jujuba. Fica bem. Qualquer coisa me liga, que eu venho correndo. Eu gosto muito de você, Julinha. De verdade. E não quero que você mude comigo. Se mudar, vai apanhar!

- Só você mesmo pra me fazer rir numa hora dessas! Não vou mudar com você, juro. Obrigada por tudo!

Capítulo 5

A campainha tocou e era ele. Meu sorriso cresceu ainda mais. Meu pai olhou meio que entendendo, e nos deixou a sós. Ele tava estranho e com um semblante preocupado.

- O que aconteceu, Lucas?

- Nada, Ju. – e falou algo que não consegui ouvir.

- Tudo bem. Então vamos né, já estamos atrasados. Não vou te oferecer café porque se não só chegamos amanhã. Hahaha

- Ah não, espera só mais um pouco. Vamos conversar ali na mesa, sério!

- Tá bom, Lucas. Toma só um ‘luco’ e vamos.

- Luco? HAHAHAHA Não seria suco?

- Você entendeu, vem, vamo logo.

- Não Ju, perae. Luco pode ser a mistura do meu nome com sobrenome, né? ‘Lu’ de Lucas e ‘Co’ de Correa.

- É senhor Luco, mas vamooooooooos!!

- Não Ju, agora é sério. Preciso te falar uma coisa. – agora ele tava totalmente sério.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa né?

- Ju... Eu quero que acredite em cada palavra que eu disser...

- Fala logo!

- Então... Tudo que a gente ta vivendo, começou meio de repente, mas eu fui sincero em TUDO. Cada minuto. Independente do que aconteça, em cada beijo, no nosso fim de semana, naquela noite. Eu fui de verdade com você. E é por isso que queria te pedir desculpas, porque eu sou um idiota. Mas eu te amo! E eu preciso que acredite nisso. Você acredita?

- Claro Lucas, ou Luco? Rs Eu...

- Era só isso que eu precisava saber. Acho que já podemos ir.

Mais uma vez ele me interrompeu. Fomos pra escola, a pé mesmo, como sempre. Ele foi sério e calado o tempo inteiro. Fomos de mãos dadas, andávamos direto assim, menos na escola. Tinha muita gente na porta, parece que tinha um vazamento e tavam arrumando. Quando chegamos, todo mundo olhava... Vi gente rindo e cochichando. Tava tudo esquisito... Leandro (que eu chamava carinhosamente de Lê) comprimentou a gente, desejou felicidades e disse que não tinha pessoa melhor pro Lucas. Ri envergonhada e agradeci. Tava tudo indo bem até que surge Eduardo: o garoto mais lindo (depois do Lucas) e popular da escola. O líder de tudo.

- Parabéns Lucão, você ganhou a aposta! Hahahaha Falei de zoeira, mas você conseguiu. Você é o cara!

- Perae Dudu, vamo conversar... Olha cara, é que... Vamo ali...

- O que foi? Se arrependeu? Hahahaha Eu sabia. Mas deixa cara, você já ganhou. Olha que ninguém nunca tinha topado!

Eu não tava entendendo nada. Tinha muita gente rindo e eu tava com muita vergonha.

- Olhaeee galera!! Lucas ganhou a aposta! Conseguiu ficar com a nerd estranha! HAHAHA

Capítulo 4

Ele me convidou pra sentar. Perguntei pela família dele, já que eu tinha ficado bem próxima deles, principalmente do Leandro, que me chamava de ‘Julieta’. Ele disse que eles tinham ido pro sítio de um tio. Lucas era a pessoa que eu me sentia mais a vontade mas, naquele momento, eu estava me sentindo estranhamente constrangida. Comemos uma parte da lasanha, em silêncio total. Quando acabamos, ele me levou pra sala, me sentou de frente pra ele. Tirou novamente meus óculos, mas dessa vez não falei nada. Ele me beijou, demoradamente. Um beijo calmo e cheio de carinho. Ao terminar, ele olhou bem nos meus olhos, e perguntou se eu queria namorar com ele. Abri o maior sorriso que eu pude, e aceitei, óbvio. Então ele começou a me beijar com mais intensidade, foi me levando pro quarto. Eu sabia o que iria acontecer. Mas eu queria. Com ele, tudo ia ser perfeito. Eu o amava, e agora tinha mais certeza!

Senti suas mãos ficarem mais urgentes. Eu correspondia a tudo, já estava totalmente entregue ao momento. Ele foi tirando minhas peças de roupa com o maior carinho e cuidado do mundo, e eu fazia o mesmo. Enfim, tive a minha primeira noite de amor! Ele foi o mais maravilhoso e carinhoso possível. Quando acordei de manhã, ele tava me olhando dormir.

- Bom dia princesa!

- Bom diaaaaaaa!

- Vem, fiz ‘café’ pra gente.

Segurou minha mão e me levou até a cozinha. Ele tinha feito sanduíches e suco de laranja. Comemos e ele disse que me levaria em casa pra eu trocar de roupa e pegar outras, que eu passaria o resto do fim de semana com ele. E assim eu fiz. No domingo fomos a uma praça, perto da casa do Lucas. Ficamos um bom tempo.

No fim da tarde, resolvemos ir embora, mas antes, ele olhou no fundo dos meus olhos e disse:

- Ju, eu te amo! Muito, muito mesmo. Nunca esquece isso. Me desculpa por qualquer coisa... Independente de qualquer coisa, eu te amo!

Ele me interrompeu quando eu ia falar algo. Disse que eu não precisava falar nada. Ele me levou pra casa, e me beijou. Mas dessa vez foi diferente... Ele demorou mais que o normal. Depois, me abraçou bem forte. Beijou minha testa demoradamente e saiu, sem dizer uma palavra.

Eu tinha muitas dúvidas, mas preferi pensar nos momentos maravilhosos que vivi com ele. Fiz planos, desenhos e muito mais coisas com ele. Olhei pro meu celular, na tela a foto que tiramos quando acordamos, a pedido dele.

Dormi em meio aos pensamentos. Acordei com o despertador me chamando pra ir a escola. Me vesti com um sorriso enorme, até meu pai estranhou. Mal sabia eu o que me esperava...



E aí, amores? Estão gostando? Espero que sim. Desculpem a demora pra postar, mas a correria tava grande. Prometo postar sempre. De já peço a licença poética pra inventar ou falar coisas a respeito do Lucas, mas precisarei fazer isso pra dar sentido a história, tá? Beeeeijos :**

Capítulo 3

“- Não faz isso, Lucas! – gritei.

- Por que? Se você soubesse o quanto fica linda sem óculos... – ele disse, ainda com cara de assustado.

- Cê ta me zoando. Não enxergo nada, vem devolve!”

...E então ele me beijou. Sem pressa. Eu tava assustada, mas só eu sei o quanto desejei aquilo. Nunca imaginei que ele um dia fosse fazer isso, a não ser nos meus sonhos. Não tive nenhuma reação a não ser retribuir aquele beijo maravilhoso. Eu tive alguns namorinhos de criança quando ia na minha avó. Fazia muito tempo que eu não beijava ninguém, óbvio. Mas eu sabia o quanto aquele tava sendo mágico. Era a primeira vez que o garoto dos meus sonhos me beijava. Ele me beijava com o maior carinho do mundo! Perdi a noção de tudo. Estava concentrada só no beijo, e no toque dele pelos meus cabelos. Não sei quanto tempo durou, ele finalizou com um selinho bem demorado. Disse que eu era linda, pediu desculpas e foi embora.

-Como assim, Julinha? – disse Layla.

-Calma, vou terminar, é loooooonga demais a história. Tem certeza que querem saber?

-Lógico, dona Ana Júlia! Queremos ouvir a história e entender tudo isso... Não deixa nenhum detalhe passar! – Carolina disse.

-Bom, passei a noite em claro... Não tinha reação. No outro dia ele não foi pra escola, fiquei muito mal. Sabia que ele tava arrependido... Queria muito chorar, mas não podia. Esperei acabar a aula, que pela primeira vez eu não prestei atenção nenhuma! Fui pra casa, fiz o almoço. A comida favorita dele. A campainha tocou, fui atender...

Quando abri, era ele. Chegou com aquele sorriso lindo, me abraçou. Não falou nada sobre o beijo, menos mal. Comemos e ele me chamou pra ir na casa dele, ele tinha ganhado um videogame e disse que ia me ensinar. Chegando lá, ele me apresentou Karina, Paulinho e Leandro, seus pais e irmão. Me receberam super bem e conversavam como se já me conhecessem, porque conheciam meus pais, e tinham me visto pequena ainda. Foi uma tarde maravilhosa. Ele me levou em casa, e pra minha surpresa, me beijou de novo. Mas dessa vez não falamos nada. Passamos a ficar cada vez mais próximos, e todo dia ele almoçava comigo e íamos jogar videogame. Os beijos ficaram cada vez mais freqüentes.

E assim se passaram dois meses, todos os dias ficávamos, mas não falávamos nada. Na escola a gente se afastava, como se fosse pra ninguém perceber. Eu não queria que ninguém soubesse. Era 10 de maio de 2008. Ele disse pra eu me arrumar, que a noite tinha uma surpresa, ele passava na minha casa. Eu não sabia me arrumar direito, fiz o melhor que pude.

Ele me pegou no horário combinado e me levou na casa dele. Chegando lá, tinha uma mesa linda de jantar, com velas e o meu prato preferido: lasanha de carne. 

Capítulo 2

{Narrado por Lucas}

18 de fevereiro de 2009

Eu nunca imaginei que fosse sentir falta dela. Se ela soubesse o quanto eu me arrependo de tudo o que eu fiz...

20 de junho de 2009

Mais de 6 meses que ela ta morando fora... Hoje olhando as redes sociais dela, vejo o quanto ela ta mostrando pro mundo algo que só eu via e vacilei: toda a beleza que ela tem. Tá vaidosa... E linda. E parece que ta muito bem longe de mim... Mas agora preciso focar na música, já que ela já ta bem...

{Narrado por Ana Júlia}

E então eu comecei a chorar. Minhas amigas me acalmaram, e me disseram que eu não precisava falar nada, se eu não estivesse à vontade. Mas resolvi contar. Agora eu tinha pessoas pra compartilhar a minha dor. E pra me ajudarem a pôr em prática a minha vingança...

- Bom, o ano passado foi o pior ano da minha vida. Mas vocês merecem saber de tudo, preciso muito de vocês! Minha mãe morreu quando eu tinha 9 anos. Então, meu pai nunca soube me ensinar coisas de menina... Ele só queria que eu fosse estudiosa. Minha única família era meu pai, minha avó e alguns tios e primos, que moravam em Belo Horizonte. Eu sempre ia passar férias na casa dos meus familiares, então minhas tias me ensinavam algumas coisas, como menstruação, o primeiro sutiã, etc. Mas por causa da distância, eu não tinha ninguém que me ensinasse a ser vaidosa. E assim eu fui crescendo. Eu fiquei ainda mais tímida depois disso. Meu pai sempre foi muito ocupado, nós temos uma rede de supermercados em Patrocínio, e ele só se preocupava em me dar tudo. Eu cresci praticamente sozinha. Meu foco sempre foi o estudo. Então eu era daquelas bem ‘nerds’ mesmo. Não tinha amigos, não saía, ninguém vinha em casa. Sempre fui só eu e meus livros. E na escola, eu me escondia atrás dos meus fones de ouvido e dos meus óculos. Sempre fui quase cega! (ri um pouco, arrancando um meio sorriso delas, quebrando um pouco a cara de surpresa e dó que elas estavam) As pessoas só vinham atrás de mim interessadas em cola nas provas, ou exercícios e trabalhos, que eu sempre fazia sozinha. No primeiro dia de aula do ano passado, entrou um garoto novato na minha sala. Lucas. Lindo, com porte de modelo, cheiroso, simpático... Tudo de mais maravilhoso! Acabou se tornando o garoto mais popular da escola. Mas, pra minha surpresa, ele sentou do meu lado. Tínhamos um papo, ainda que algumas perguntas esporádicas sobre algo relacionado as matérias.Apesar de ter feito mil amigos em uma semana, ele nunca deixou de falar comigo, pelo contrário. Me pedia de vez em quando pra ficar estudando depois da aula, tirar dúvidas e etc. E fomos nos aproximando, mas nada demais. Só o suficiente pra eu me apaixonar, porque apesar de ele ser o sonho de todas as garotas, ele nunca me ignorou, falava comigo na frente de quem quer que fosse. Nossos estudos passaram a ser freqüentes. Pelo menos três vezes na semana. Ele era a única pessoa que eu podia ser eu mesma, sem medo. A única pessoa que eu falava besteira, ria de besteira e até cantava. Sempre gostei de música, principalmente de cantar. E isso era mais uma das coisas que tínhamos em comum. Em dois meses de convivência, ele ia almoçar TODOS os dias na minha casa. Eu cozinho muito bem, modéstia parte. Até que um dia, ele pediu pra que eu tirasse meus óculos. E eu fiquei com vergonha, achei estranho, mas disse não... Então num surto, ele pegou meus óculos!

Gostou? Comnetem aí pra eu saber o que estão achando ;) Beijinhooos!

Capítulo 1

“Enfim formada! Agora sou uma advogada como sempre sonhei, e está na hora de voltar ao Brasil. Agora posso colocar meu plano em prática... Não vai ser fácil, mas eu adoro desafios! Brasil, aí vou eeeeu!”

Agora Ana Júlia está voltando ao Brasil. Determinada, quer colocar seu plano em prática. Passou esses anos todos pensando em se vingar daquele que “arruinou” sua vida em Patrocínio, e a fez querer ir embora até do país. Ele se chama Lucas Corrêa de Oliveira, agora nacionalmente conhecido como Lucas Lucco. Nesses 5 anos que Ana Júlia estava cursando direito fora, Lucas havia se tornado um cantor sertanejo de sucesso, e queridinho da mulherada, como sempre foi.

{Narrado por Ana Júlia}

3 de janeiro de 2009

Agora finalmente eu cheguei em Madrid. Nunca desejei tanto chegar aqui! Sair daquele inferno, onde todo mundo me conhecia negativamente. E tudo culpa daquele idiota!! Agora vou ser advogada como sempre quis, mas infelizmente longe da minha família... E longe dele. Apesar de tudo o que ele me fez, eu o amo de verdade! Mas vou aprender a te odiar, cê vai ver...

8 de março de 2009

Esses 2 meses aqui em Madrid estão me fazendo muito bem. Hoje começa minha faculdade e finalmente vou realizar meu sonho. Nesses dois meses fiz algumas amizades. Divido quarto com Layla, Carolina e Érika, que também são brasileiras, porém de cursos diferentes, exceto Carolina, que vai estudar comigo. Nos tornamos melhores amigas e viramos a nossa própria família aqui. Nesse tempo já conhecemos Madri por todos os lados. A cidade não dorme.. E muito menos nós! Estamos aproveitando as férias e nos divertindo bastante!

20 de junho de 2009

Falar de amor nunca é fácil... Enfim chegamos ao dia que eu mais temia: falar dos amores. Isso porque Carolina e Layla conheceram dois garotos da faculdade e estavam iniciando uma paixonite. Érika era mais descolada e não se apegava. Mas então os holofotes se viraram pra mim... O que eu mais temia estava acontecendo...

- Julia, e aí, você não fala nada... Não vai arrumar nenhum gatinho “hermano”? Hahahah – disse Layla.

- Verdade Julinha. Você não fala nada! – Carol falou.

- Então né Julinha, você aí linda e maravilhosa, os meninos caindo aos seus pés e você nada... O que foi? Deixou alguém te esperando em Patrocínio, foi? Hahahah – disse Érika.

- Na verdade... Vocês nem imaginam o que aconteceu comigo! – Finalmente eu falei, já com lágrimas nos olhos.

E aí, gostaram? Comentem o que estão achando pra eu saber! Fiquem ligados que ainda hoje tem capítulo novo... Beijoooooooos :*